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setembro 27, 2010

Feita de Porcelana

Sou fissurada em bonecas de porcela, por anos foi louca por uma Dead Doll. Acho que dentro de mim mora uma boneca de porcela.
Atualmente, estou encantada com as bonecas feitas pela artista Marina Bychkova, as "The Enchanted Doll". São perfeitas, são únicas, são um mimo. O trabalho é tão meticuloso que as bonecas possuem as articulações, as proporções respeitam as do corpo humano, os cabelos são fios de seda. Elas podem ser encontradas em versões nuas, tatuadas, vestidas... Algumas representam serem mágicos [mitológicos], personagens literários famosos - como é o caso de Anna Karienina [que eu babei]. Algumas são rainhas, e as jóias de suas coroas são pedras verdadeiras...



 









Algumas chegam a custar mais de US$ 5,000!

Quando chegar o Natal, lembre-se de mim e delas numa mesma sequência de pensamentos?

setembro 25, 2010

# Dia 3 - Uma carta para meus pais [mãe]

Por algum tempo sentí-me culpada. Sentia culpa por ter encerrado suas possibilidades. Culpa por ter restringido seu futuro. Culpa por te enclausurar. Acho que é por isso que não quero ter filhos. [não.freud.não.me.explica]. Acho que, também, por isso, tentei tanto, e tanto, e tão exaustivamente ser perfeita. Sem nenhuma falha, sem nenhuma mácula, sem nenhum porém. Queria, sabe, causar "orgulho". Mas... eu sou humana, é só isso que sou [por mais que eu seja filha de super heroína], por mais que eu tente, sempre serei humana. Isso já não me aborrece tanto, mas confesso que me frustra. Eu sei que nunca vou conseguir retribuir. E por mais que eu busque a excelência em cada gesto, em cada passo, o meu ballet é meio desengonçado. As vezes creio que queria-me estátua, uma estátua bonita que serve pra efeitar, mas desculpa se eu nasci alma do vento... Não sou joaninha, sou dragão. Não sou bailarina, sou surfista. Não sou flor do campo, sou cacto. Não sou água, nem vinho... sou coca-cola. Eu juro que faço o meu melhor, mesmo o meu melhor sendo pequeno para as nossas expectativas. Acredito que o lance, na verdade, se  resuma ao fato de que te tenho como exemplo [nunca.vou.ser.grande.como.você]. Eu não quero que você morra. Te quero viva pra sempre e, não só na memória, mas viva de viva, sabe? Acho que perderei o chão, o céu e alma, quando você morrer.

setembro 23, 2010

Epigrama

A vida é como um livro. O título, o baptismo. O índice, as esperanças vãs dos progenitores. O prólogo, a infância. O enredo, uma longa errata cheia de gralhas e erros. O apêndice, a velhice. O Epílogo, a morte. O pior é que não se pode fazer segunda edição. 


Fonte: O Pó dos Livros

Eu vejo flores em você.

Sempre nessa mesma época de cada ano, nesse dia, ela chega. E consigo traz as promessas mais doces, o vislumbre dos momentos mais suaves, beijos molhados, abraços apertados, por-do-sol acompanhado. Traz promessa de renovação, de suavidade, de florescimento. As vezes vai embora sem cumprir tudo o que prometeu. Mas mesmo assim, vale à pena. 
Só de ver o mundo mais florido, mais colorido, menos "dorido", já é um tremendo bálsamo. Acredite. Flores podem mudar um dia. 
Eu adoro orquídeas, tulipas, frésias... mas sou especialmente encantada pelos girassois. São as flores mais inteligentes que eu conheço. Sempre buscam a luz. Que tenhamos, então, sempre girassois dentro da gente.


setembro 22, 2010

# Dia 2 - Uma carta para a Minha Paixão

Eis que agora me pergunto: "Quem [O que] é minha paixão?". Depois de muito pensar, entendi. Minha paixão é a minha energia pessoal, única, distinta que emprego em cada coisa que faço. Mas creio que a proposta, desta carta, não é essa. Deve ser mais carnal...

Então essa carta vai pra você, mocinho do outro lado da tela. Você que está há quilômetros de distância, que já "sonhamos/planejamanos" nos encontrar. E não aconteceu. Não rolou. Tudo vai ficar sempre no nosso ideário. Agora temos certeza disso. Eu voltei para o antigo caminho da minha vida. E você encontrou um novo caminho... Nossos caminhos são paralelos agora, temos plena consciência de que jamais nos tocaremos. Nunca nos olharemos nos olhos. Nunca sentiremos o cheiro e o gosto, um do outro. junto.

Será que me faltou coragem e te faltou empenho? E se tivesse acontecido. E se tivemos feito as loucuras, realizado as vontades, demonstrado a ternura... como seríamos hoje? eu com a minha vida quadrada e monótona e você com a sua insatisfação de recém casado e recém pai? 
Não que a atual conjuntura da minha vida me incomode ou me deixe insatisfeita. Mas eu sinto que estou pela metade... estou quase cheia, quase vazia... eu não gosto de quases... O mesmo deve estar acontecendo com você.

Eu devia ter dito que não existem comerciais de margarina fora da Tv. Você foi inocente como eu nunca pensei que você pudesse ser. No seu café da manhã não há tanto sorriso, a luz do sol não se infiltra pela janela iluminando o rosto da sua esposa, o pão não é tão fresquinho e crocante como te prometeram. A maçã não é mais tão doce... ela só é doce quando, ainda, está no pé.

Ahhhh docinho... nós humanos não podemos provar o nectar dos deuses e sairmos impunes. É melhor tudo ficar assim. Você aí [com sua vida burguesa pós moderna], e eu aqui [com a minha vida clichê e suburbana]. As coisas entre nós só foram a intelectualização da carne.

Eu nunca fui uma moça de café da manhã em família, mas também não sou de lanches no meio da tarde. 
ausência.


Algumas coisas nunca se justificam e, outras, se justificam por si próprias. Deus morreu. Nietzche morreu. Estamos só. E sinceramente, não me sinto obrigada, compelida, dissuadida a encontrar nenhuma outra forma de aliviar as angústias. Passo bem, obrigada.

setembro 15, 2010

doçura instantânea, alegria imediata.

uma das melhores sensações,
sem a menor dúvida
é o sentir-se em casa.