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outubro 16, 2010

Todas as crianças crescem,

menos uma.

Queria ser Peter Pan.
Não é fácil ser Wendy, não nasci com vocação para Sininho...
Mas, ainda assim, faço parte dos garotos perdidos.




Voltaire disse que só crescemos quando perdemos nossos pais, não sei se concordo. Acho que crescemos quando nos respeitamos como pessoas dotadas de livre decisão. Crescemos quando entendemos que não somos as pessoas mais importantes do mundo. Crescemos ao aceitarmos limitações. Nossa, como elas doem. Reconhecer uma limitação é perceber-se humano. Ser humano dói. Estar vivo dói. Crianças choram, adultos sentem. Quanto mais sentimos, mais crescemos. 
Recentemente percebi que muitas vezes nos entregamos numa viagem "egocêntrica" e narcisista de cutucar feridas. Sabe? ficar tirando a casquinha, olhando, cutuca um pouquinho aqui, vê um tiquinho de nada de sangue sair, e continua cutucando, até que a ferida se abre? Mas isso não é crescer. É um lado infantil da dor. Então, será que crescer é sentir a dor e fingir não se importar? Não ligar para a ferida?


desculpa. [só.estava.devaneando]

2 comentários:

Ricardo Dalai disse...

e que ótimo devaneio.
Acho que todos devemos ser Peter uma vez ou outra.
Acho que deixei de sê-lo muito cedo...

beijos!

Anônimo disse...

Crescer é saber o que fazer com a dor.
Sabe Ju, ao ler a frase que vc postou de Voltaire (e que eu não conhecia), fiquei pensativa.... Eu estou passando por isso. Quando meu pai se foi, em novembro último, me senti meio "manca", como se não existisse mais uma das minhas pernas. Sentimento estranhíssimo. Não me senti mais adulta por isso, mas senti que precisava se-lo. Ainda tenho minha mãe, mas nossa relação não é muito tranquila, sou mais independente dela.

Meu Peter Pan mora muito dentro de mim, tem casa com piscina e tudo mais. Mas na hora do problema ele some.

bj, adorei o texto.

Vi