Confesso.
Sou uma pessoa de muitos vícios. A começar pelo cigarro. Ah! como alivia-me um cigarro... Quando trago e sinto a fumaça chegando aos pulmões é como se um peso, imenso e indescritível, saísse dos meus ombros. Depois a coca cola. O primeiro gole de coca cola do dia é um bálsamo, sinto-me muito mais lúcida depois da coca cola, talvez este vício seja superior aos cigarros, porque já me neguei cigarros, mas nunca, repito nunca, uma coca cola. Depois vem as comidas... adoro os gostos, as texturas, sim... gosto de sentir as texturas da comida... Comer é divino, pois nisso consigo usar os meus cinco sentidos... afina-me muito a alma um bom prato.
Mas tenho plena consciência do meu maior vício. Livros. Entrar numa livraria é atordoante para mim, tenho vontade de olhar todos os livros, mas olhar não basta, quero tocá-los, abrí-los, cheirá-los... lê-los.
Adoro sentir o papel, meus dedos têm ânsia em tocar desde os pockets, até os munken... fico estupefacta com a diferença da textura, da cor, do cheiro, da impressão...
Não sou das que escolhem um livro pela capa, tão pouco o faço pelo autor. O primeiro passo é o título, gosto um bocado de títulos sem algum nexo aparente, e que funcionem como uma janela que não permite vislumbrar muita coisa, do estilo "Pergunte ao Pó", "Olhos de Menina", "A Vontade e a Fortuna", e afins.
Eu parto do princípio que para escolher é preciso provar. Pois então, eis que escolho o livro pelo parágrafo, não quero nem saber qual tipo de história que conta, quais notícias trazem, que vidas descreve... Abro o livro numa página qualquer, tenho predilescência pelas páginas do meio, mas enfim, fecho os olhos e abro. E leio... bastam-me poucas linhas para ver se merece ter todo o págrafo lido, e então fica fácil decidir se levo ou não. A mim, muito mais que a história a ser lida, me interessa todo o sistema da narrativa, as palavras escolhidas, o talento do autor. Gosto de livros que me fazem sentir o gosto das palavras, muitas vezes após ler determinada frase, fico-a saboreando... enrolando ela na minha língua, sentido, degustando...
Nenhum comentário:
Postar um comentário